AcontecendoJunho é o mês do centenário da pintora Djanira Motta

A Comarca24 de junho de 20148 min

Junho é o mês do centenário da pintora Djanira Motta

Mais famosa artista de Avaré tem seu nome celebrado em todo o País; Prefeitura vai realizar ciclo de homenagens durante o aniversário da cidade, em setembro

Da Redação

Djanira 2

Um dos grandes nomes da arte brasileira no século vinte, a pintora avareense Djanira da Motta e Silva teria completado 100 anos nesta sexta-feira, 20 de junho. Ela morreu em 1979, quando já era reconhecida como a artista que melhor retratou em seus trabalhos a cultura nacional.

Em todo o País, o centenário da artista é celebrado pela sua importância e representatividade para as artes plásticas nacionais. Além disso, várias exposições temáticas têm revivido o nome da avareense. No Rio de Janeiro, por exemplo, desde 27 de maio uma seleção de 40 obras da artista de Avaré pode ser vista na Caixa Cultural até 20 de julho. Com entrada franca, a mostra “Djanira — Pintora descalça” reúne telas por ela dedicadas ao trabalho e ao folclore.

Lá o visitante pode assistir a um documentário sobre a vida da artista em que aparecem imagens do Memorial Djanira, de Avaré. Convidado, o pesquisador Gesiel Júnior, biógrafo da pintora, irá ao Rio para falar no encerramento da exposição no dia 19 de julho.

Djanira foi a primeira artista latino-americana representada com obras no Museu do Vaticano, para quem ofereceu a tela “Santana de Pé”.

A tela “Orixás” integra o acervo do Palácio do Planalto, em Brasília. Já a “Festa do Divino em Parati” está no acervo do Palácio dos Bandeirantes.

EM AVARÉ – A cidade natal da pintora só vai comemorar devidamente a data em setembro. Segundo a Prefeitura, os eventos da Copa do Mundo obrigaram a transferência da festa para setembro, quando Djanira será o tema principal do desfile do aniversário da cidade. Dirigentes das escolas municipais estão sendo orientados a envolver professores e alunos em preparativos para homenagear com criatividade o centenário da maior artista da história de Avaré.

HISTÓRIA – Neta de professores de origem austríaca – Elisabeth Pliger e Luiz de Job – Djanira nasceu numa bela morada que existia na Rua Piauí, perto da Escola Matilde Vieira. Em 1916, partiu com os pais para a divisa do Paraná com Santa Catarina. Voltou de lá, em 1928, trazida pela avó materna.

“Ela viveu poucos anos em Avaré. Quando jovem, Djanira plantou e colheu café antes de se mudar para São Paulo. Sua trajetória foi sofrida até ela conseguir revelar o seu talento artístico”, revela Gesiel.

Depois de curar-se de tuberculose, Djanira fixou-se no Rio aos 25 anos e no morro de Santa Teresa aprendeu noções de arte com o romeno Emeric Marcier. Autodidata, sua arte evoluiu quando passou a pintar cenas dos costumes, paisagens e festas populares. Esteve por dois anos nos Estados Unidos e, ao voltar ao Brasil em 1946, percorreu o país pesquisando temas nacionais para suas pinturas.

Visitava Avaré com frequência, onde morava sua tia Helda Job Porto. Nos anos 1960 quis comprar uma casa no Jardim América, mas não logrou êxito.  Esteve na terra natal pela última vez em 1976, quando a Prefeitura já havia dado seu nome a uma travessa no Bairro Santana.

MEMORIAL – Aberto em abril de 2008, na gestão do prefeito Joselyr Silvestre, o Memorial Djanira guarda peças e utensílios do ateliê da célebre pintora, além de documentos pessoais, roupas, livros e instrumentos musicais.

No espaço é mantida mostra permanente de algumas obras de Djanira, como desenhos, óleos, serigrafias e xilogravuras. Aberto de 2ª a 6ª, das 8h às 17h30min, o Memorial da CAIC acolhe visitas de estudantes e turistas com agendamento prévio. Informações pelo telefone (14) 3733-5057.

Confira algumas obras de Djanira

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