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A Comarca29 de outubro de 201410 min

Briga envolvendo funcionária do Samu gera inquérito e sindicância

Auxiliar de enfermagem é acusada de ter agredido uma mulher e seu filho de 9 anos no estacionamento de um supermercado; vídeo flagrou a ação e a Polícia abriu procedimento para investigar o fato

Da Redação

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A Prefeitura de Avaré determinou a abertura de uma sindicância para apurar a conduta da auxiliar de enfermagem J.B. ,que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela é suspeita de ter agredido uma munícipe no estacionamento de um supermercado em Avaré. O fato ocorreu na tarde de segunda-feira, 20.

Um dos agravantes é que a servidora praticou o ato vestindo o uniforme do Samu. A vítima G.P. denunciou o fato à Polícia, que abriu inquérito para investigar o caso. Um vídeo anexado ao processo mostraria claramente a funcionária agredindo a munícipe, que estava em sua moto acompanhada de seu filho H.P.C., de apenas 9 anos.

No Boletim de Ocorrência, a vítima, G.P. alega que estava em um supermercado no centro de Avaré acompanhada de seu filho quando a auxiliar de enfermagem começou a encará-la. Devido a problemas pessoais entre ambas, G. preferiu deixar o local. Ela afirma que ao subir na moto para deixar o supermercado, J.B. teria ido a seu encontro, vindo a agredi-la com socos, chutes e puxões de cabelo, fazendo com que ela caísse da moto.

As agressões foram interrompidas por populares. Segundo G., a suposta agressora teria dito que “mesmo que eu for presa, eu vou te pegar”.
Um dia após o fato, a vítima passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Avaré. Segundo o laudo expedido pelo médico Daniel Conti Evangelista, foram constatados vários hematomas no tórax, nos joelhos e escoriações na perna esquerda. Ele concluiu que a vítima sofreu lesões de natureza leve.

Outro agravante é que G. passou recentemente por uma cirurgia de retirada da vesícula e, no momento do incidente, ainda estava com cerca de 16 pontos na barriga. Ele teria sido orientada a voltar ao hospital em que se trata, em Jaú, para que o médico que a operou fizesse uma avaliação para verificar se a agressão teria causado alguma complicação.

VÍDEO – A Comarca teve acesso, com exclusividade, às imagens gravadas pelas câmeras de segurança do supermercado. No vídeo é possível ver G. subindo em sua moto com seu filho. Alguns segundos depois, aparece J., aparentemente discutindo com a vítima. Em seguida surge a auxiliar de enfermagem partindo para cima de G., que tentou se defender mais teve seus cabelos puxados, vindo a cair da moto. As imagens também mostram que, logo em seguida, populares tiveram que conter J., que deixou o local.

DEFESA – A funcionária do Samu também abriu um Boletim de Ocorrência contra G. No documento, ela alega que teria sido ofendida e que, na saída do supermercado, teria interpelado G. dizendo que não queria mais ser “xingada”. J. alega ainda que a mulher teria repetido a ofensa e que ao se aproximar, foi agredida com uma “capacetada”. Ela confirma que puxou o cabelo de G., mas para se defender. J. afirma não ter agredido a criança de 9 anos e que, mesmo utilizando o uniforme do Samu, não estaria em horário de serviço.

NOTA OFICIAL – Em nota oficial, a Secretaria de Saúde reprovou a conduta da profissional. “A Secretaria de Saúde reprova a conduta pessoal da funcionária em questão, fato que denigre a imagem de uma instituição séria cuja função é resguardar e salvar vidas”.
A Secretaria ainda confirma que determinou a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. “Para solucionar o caso, foi encaminhado ao jurídico da administração, com todos os documentos e vídeo do ocorrido, uma solicitação para abertura de sindicância e providências imediatas. Houve também uma reunião com o diretor clínico da unidade para orientação quanto à utilização do uniforme do expediente”.

Segundo informações obtidas pela Comarca, a sindicância deverá apurar se a funcionária estava em horário de serviço. A secretária de Administração Deira Visentin Villen disse ao jornal que há três pontos que deverão ser verificados nesse caso. “Primeiro se ela tivesse sem o uniforme, nós poderíamos encaminhá-la para o Departamento Médico para avaliar algum nível de estresse. O segundo ponto é se ela estava com o uniforme em horário de trabalho e o terceiro o fato dela estar com o uniforme e ter praticado o ato, mesmo estando fora de seu horário de trabalho”, destacou

OUTRO CASO – A funcionária do Samu também esteve envolvida em um acidente com um carro do Samu ocorrido em abril deste ano. O veículo bateu em um caminhão na estrada do Lageado, que margeia o Horto Florestal de Avaré. A auxiliar de enfermagem estava acompanhada do também funcionário do Samu D.A.C. A via dá acesso a várias propriedades rurais e também a um pesqueiro. Na época uma sindicância também foi aberta para investigar o caso.

A viatura, que faz apenas serviços administrativos, acabou sendo apreendido por estar com o licenciamento atrasado. O que chamou a atenção na época é o acidente ter ocorrido na zona rural, já que o veículo é destinado apenas para serviços administrativos, ainda mais numa tarde de sábado. Extraoficialmente, a motivação para essa saída seria de que eles teriam ido “buscar água para a unidade”.

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