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A Comarca1 de agosto de 201612 min

Cidade com maior potencial turístico, Avaré teve pouco retorno com Pólo Cuesta

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Desde 2013, quando aderiu ao consorcio do Pólo Cuesta, a Prefeitura de Avaré pagou cerca de R$ 60 mil, porém, o valor investido não teria trazido resultados expressivos à cidade com o maior potencial turístico da região

Da Redação

A Estância Turística de Avaré é a única cidade inserida no consórcio denominado Pólo Cuesta com ranking nível B em potencial turístico, segundo levantamento divulgado pelo Ministério do Turismo. Em todo o país, foram identificados 2.175 municípios em 291 regiões turísticas.

Desde 2013, quando aderiu ao consórcio do Pólo Cuesta, a Prefeitura de Avaré pagou cerca de R$ 60 mil, porém, o valor investido não teria dado retorno à cidade com o maior potencial turístico da região.

Outras 10 cidades fazem parte do consórcio: Anhembi, Areiópolis, Bofete, Botucatu, Conchas, Itatinga, Paranapanema, Pardinho, Pratânia e São Manuel, sendo que todas abaixo de Avaré em termos de potencial turístico. De certa forma, o município acaba agregando credibilidade ao consórcio, contribuindo para o seu fortalecimento, mesmo não tendo qualquer identidade geográfica com nenhuma delas.

As três piores cidades em potencial turístico do Pólo Cuesta são: Areiópolis, Pardinho e Pratânia, todas com a avaliação “E”, nível mais baixo segundo o Ministério do Turismo.

Já os municípios de Anhembi, Bofete, Conchas, Itatinga, Paranapanema e São Manuel têm o nível “D”, enquanto Botucatu é a segunda melhor analisada no consórcio com o nível “C”.

Segundo um levantamento feito pela Comarca, quando aderiu ao consórcio Pólo Cuesta, a Prefeitura teve que desembolsar R$ 21,6 mil como pagamento de jóia de entrada. No mesmo ano, o município desembolsou mais R$ 3,6 mil com mensalidades.

A decisão de incluir a cidade no pólo partiu do secretário de Turismo Fernando Peixoto Alonso. Na época, ele disse aos vereadores que a cidade teria “grandes benefícios”. Ao mesmo tempo, ele literalmente “sepultou” a possibilidade de a cidade liderar o próprio núcleo, que poderia ter os municípios banhados pela Represa de Jurumirim, formando um consórcio de maior identidade geográfica e turística, baseando-se em uma proposta do Deputado Salim Curiati aprovada na Assembleia Legislativa.

Já em 2014, foram pagos mais R$ 10,8 mil com anuidade, sendo R$ 900 mensais. O valor passou para R$ 1,1 mil em 2015, sendo que o valor da anuidade passou a ser de R$ 13,2 mil, mesmo valor que está sendo pago em 2016. No total, a Prefeitura pagou R$ 58,8 mil em menos de três anos que aderiu ao consórcio.

MAPA TURÍSTICO – A versão 2016 do mapa identifica as cidades de interesse turístico e aquelas que, de alguma forma, se impactam pelo turismo – como, por exemplo, aquelas que não recebem turistas, mas enviam mão-de-obra ou insumos para cidades vizinhas que são efetivamente turísticas.

De acordo com o ministério, o mapa atual “traz um retrato mais adequado à realidade do país”, pois nem todas as cidades da versão anterior tinham potencial turístico. Isso porque 92% (1.078) dos municípios que deixaram o mapa estavam listados como D e E dentro do programa de categorização dos municípios turísticos – ou seja, já não tinham infraestrutura capaz de atrair turistas para suas cidades.

Segundo o governo, o mapa funciona como uma base de orientação para melhor direcionar políticas e verbas públicas para áreas e cidades com potencial turístico.

“É um instrumento que visa auxiliar o governo federal e os estados na aplicação das políticas públicas de turismo. Com o mapeamento, o gestor consegue direcionar as verbas para as regiões certas, pois às vezes vemos verbas sendo usadas em cidades que não têm vocação para o turismo. Pode até ser em uma excelente obra para o município, mas pode se tornar um elefante branco por causa da falta de demanda”, diz Rogério Cóser, diretor do Departamento de Ordenamento do Turismo.

A construção do mapa é feita em conjunto com os órgãos de turismo estaduais. Foram feitas oficinas e reuniões em todos os estados para definir quais cidades se enquadram nos critérios adotados. Esses critérios são baseados em uma portaria do ministério que considera, entre outras questões, a existência de um órgão responsável pelo setor, de verba específica e a oferta turística regional. A cidade também precisa assinar um termo de compromisso com o Ministério do Turismo.

 

Secretário defende adesão ao Pólo Cuesta

Em entrevista concedida à Revista Olhar, o secretário municipal de Turismo de Avaré, Fernando Peixoto Alonso, que deverá deixar o cargo nas próximas semanas, defendeu a adesão do município ao consórcio Pólo Cuesta.

“A Cuesta passa por Avaré e termina em Tejupá. Temos um detalhe importante que nós temos uma relação informal com Botucatu toda semana sai ônibus daqui pra ir pra Pratânia em lojas de couro e eventos. O que nós fizemos foi apenas regionalizar uma região. O porquê que eu enquanto secretário decidi optar por isso, porque o projeto de regionalização ele é em longo prazo. O que acontece é que se eu tivesse implantado esforços apenas ao redor da represa até hoje Avaré não estaria no mapeamento do Estado Federal, Avaré não estaria no mapeamento do Governo Estadual e não teria os benefícios decorrentes disso”, disse.

Ele destacou ainda que Avaré só teve benefícios com a parceria. “Eu não esqueci o potencial dos municípios vizinhos de Avaré, só que ao mesmo tempo foi identificado que não teria nenhum problema do município fazer parte desse consórcio se ele já existe e já está andando. Então Avaré aproveitou algo que já existe e tem toda essa questão de identidade e eu não perdi tempo de aproveitar os benefícios de regionalização”.

Peixoto acrescentou que a caso Avaré não fosse inserido ao Cuesta, a cidade sairia perdendo. “Se eu não tivesse aderido ao Cuesta, Avaré estaria fora de tudo isso e eu não posso permitir isso. O meu papel é fazer com que Avaré se insira no máximo de coisas possíveis”.

CUSTOS – Questionado referente aos valores investidos pela Prefeitura no consórcio, o secretário afirma que o retorno estaria sendo em benefícios da divulgação da cidade em folhetos.

“Nós participamos de feiras e eventos gratuitamente. O Pólo Cuesta banca com todas as despesas. O beneficio nosso é a parceria e a divulgação em folhetos, sites, enfim”. A entrevista completa do secretário municipal do Turismo pode ser conferida na edição da Revista Olhar que estará circulando na próxima semana.

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