AcontecendoLANCHÓDROMO: Comerciantes de quiosques vivem cenário de indefinição diante de eventual desocupação

A Comarca1 de dezembro de 20158 min

LANCHÓDROMO: Comerciantes de quiosques vivem cenário de indefinição diante de eventual desocupação

Da Redação

Lanchódromo (3)

Comerciantes e funcionários de estabelecimentos situados no Lanchódromo da Praça Romeu Bretas (Concha Acústica) estão vivendo um cenário de indefinição.

O motivo é a eventual desocupação do espaço, que deve passar por reforma a partir de dezembro. Além de incertezas sobre o futuro, os empresários prevêem a demissão de funcionários.

Inicialmente, os comerciantes foram informados que deveriam sair em junho. Diante do atraso, o prazo foi prorrogado para 20 de novembro. Já no sábado, 21, o Semanário Oficial trouxe a informação que as lanchonetes deverão funcionar até 5 de dezembro. “Vivemos um impasse. Esse negócio de fecha e não fecha já gerou muita tensão e instabilidade”, diz o empresário José Luis, gerente de um dos quiosques.

A Concha Acústica tem nove boxes. Quatro deles são ocupados por lanchonetes; outros quatro comercializam produtos da Associação dos Artesãos e Artistas de Avaré e Região (Associart). O último acomoda o Posto de Informações Turísticas (Pit).

MUDANÇAS – De acordo com a Prefeitura, apenas um quiosque permanecerá como lanchonete, já que duas serão demolidas. Outras duas serão transformadas em banheiros públicos para atender eventos realizados no local, como a Feira da Lua. Com a alteração, os novos espaços serão submetidos a um novo processo para concessão comercial, o que significa que os atuais proprietários não serão realocados.

Diante da iminente desocupação, o cenário é avaliado como delicado. É o que avalia um gestor ouvido pela Comarca. “Se não bastasse o ‘terrorismo’ a que fomos submetidos diante dos inúmeros alertas sobre a saída, ainda corremos o risco de ter que deixar o espaço num momento em que poderíamos aproveitar as vendas”, relata.

Segundo a fonte, o processo que determina a saída foi feito praticamente sem reuniões com as partes. “Houve uma reunião com o secretário Fernando Peixoto Alonso, mas apenas para discutir questões referentes ao evento Praça na Copa, no ano passado. No que diz respeito à obra em si, não houve clareza”, revela.

Ela aponta ainda o que considera contradições no discurso do prefeito Poio Novaes. “Poio nos disse que a praça era patrimônio tombado. Como pode ser tombado se vai passar por reformas?”, questiona.

PROBLEMAS – O caso gerou repercussão no Legislativo. O vereador Denilson Ziroldo, que abordou o assunto na sessão legislativa de segunda-feira, 23, também defendeu a tese. “Estamos na época de chuva, o reforma não irá terminar até o final de ano, irá apenas prejudicar quem está trabalhando no local. Irá prejudicar também os turistas, pois é Natal e Ano Novo”.

O parlamentar defendeu ainda o adiamento do início da revitalização. “Por que iniciar essa obra agora? Esses gestores têm funcionários, famílias que precisam do trabalho para ter o dinheiro no final de ano. Os proprietários disseram: se deixar pra janeiro, pra eles será uma “mão na roda”, uma vez que eles têm encargos para pagar aos funcionários”, reiterou.

Na avaliação de Ziroldo, o empreendimento vai atrapalhar ainda o comércio de Avaré. “Eu acho que o prefeito deve repensar. Depois iniciamos a obra se o governo estadual mandar o dinheiro. Se o recurso não vier, pra quê tirar o pessoal de lá?”.

Segundo o apurado pela Comarca, os quiosques em funcionamento empregam aproximadamente dez funcionários diretos. O empresário, no entanto, é claro em relação ao futuro. “Demissão, não tem jeito. Você não consegue com facilidade um local para continuar o trabalho como está a situação”, lamenta.

A possibilidade já gera reflexos na outra ponta. “Como fica nosso final de ano? É uma situação bem difícil?”, diz uma das funcionárias.

OUTRO LADO – A data para a saída dos comerciantes foi confirmada pela Secretaria de Turismo. De acordo com Fernando Peixoto Alonso, titular da pasta, não há como adiar o início das obras. Ele reconheceu, porém, que o momento não é oportuno.

Peixoto revelou ainda que a concessão do espaço, cuja titularidade pertence a uma empresa que, por sua vez, aluga os estabelecimentos aos comerciantes, expirou em junho do ano passado.

O titular não se manifestou sobre a situação dos comerciantes ou sobre a eventual demissão de funcionários.

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