AcontecendoMunícipe denuncia falta de medicamento para tratamento de câncer do pai

A Comarca2 de março de 20159 min

Munícipe denuncia falta de medicamento para tratamento de câncer do pai

Utilizando a Tribuna Livre na última sessão da Câmara, Valterci Faria afirma que o pai não recebe a medicação deste outubro

Problema remédio 2
Agente penitenciário Valterci Faria cobra fornecimento de medicamentos para a população.

 

Da Redação

 

Indignado com a falta da medicação utilizada pelo pai, que faz tratamento contra um câncer, o agente penitenciário Valterci Faria esteve na Câmara de Avaré na sessão de segunda-feira, 23, para cobrar atuação mais firme dos vereadores em relação ao fornecimento de medicamentos para a população.

Faria chegou a se emocionar a falar do pai, de 68 anos, que faz uso diário dos remédios doxazosina e finasterida. Desde outubro do ano passado, porém, os medicamentos não estariam sendo entregues pela municipalidade, fazendo com que a família tenha que arcar com os custos. “Ocorre, além da medicação ser cara, acredito que enquanto cidadão avareense tenho o direito de obter tais medicamentos gratuitamente para meu pai, já que pagamos nossos impostos sempre em dia”, destacou.

Para tentar encontrar solução para o caso, Faria esteve recentemente no Paço Municipal, onde após “muita insistência”, a assessora do prefeito, Ana Maria Ribeiro, teria comprado com recursos próprios remédios suficientes para um mês de tratamento.

O munícipe afirmou ainda que teria procurado os vereadores Francisco Barreto, Rosângela Paulucci e Tucão, que teriam ajudado a resolver a situação momentaneamente.

Faria afirmou que foi à Câmara para “levar esse assunto aos demais vereadores e autoridades competentes visando obter uma solução definitiva, não só para meu pai, mas também para os demais cidadãos que se encontram na mesma lamentável situação”.

Finalizando seu pronunciamento, o munícipe “rogou” para que os vereadores se atentem mais para o setor da Saúde “que é importantíssimo para a população” e estaria sendo negligenciado pelo atual governo.

REPERCUSSÃO – Na mesma sessão, a situação descrita por Faria foi comentada por alguns vereadores. Da base aliada do governo, quem se pronunciou foram Ernesto Albuquerque (PT) e Rosângela Paulucci, que afirmaram que a falta de medicação estaria sendo causada pela ausência dos repasses do governo estadual.

Ernesto chegou a citar uma matéria da Comarca que abordou o assunto. De acordo com os vereadores da situação, o governo municipal estaria fazendo o possível para arcar com os gastos anuais de R$ 5 milhões com medicamentos. Rosângela chegou a dizer que a Prefeitura estaria fazendo o papel não só de município, mas também do estado.

Além disso, a vereadora alegou que a medicação citada por Valterci seria de responsabilidade do Estado. “Todos os medicamentos de alto custo e do “Dose Certa” estão com problemas na Furp (Fundação para o Remédio Popular) e o Governo do Estado não regulariza a situação desde novembro”.

Já o democrata Roberto Araújo afirmou que a falta de medicamentos em Avaré não é “nenhuma novidade”, dizendo que a secretária de Saúde, Vanda Nassif, não estaria fazendo nada para melhorar a situação. Criticando o prefeito, Araújo chegou a dizer que o governo não teria dinheiro para comprar remédio, mas teria para isentar os leiloeiros da Emapa.

TRISTEZA – O também democrata Carlos Alberto Estati. “É triste a gente ver um munícipe chegar nessa tribuna, pedir o uso da palavra e em lágrimas e súplicas pedir remédio para seu pai”. O vereador também falou que há tempos deveria ter sido criado um fundo municipal para a compra emergencial de medicamentos, impedindo que ocorressem situações semelhantes a essa.

Estati chegou a dizer também que Ana Maria (assessora de Poio) teria um coração que “não cabe no peito”, e por essa razão acabou comprando os remédios. Se dirigindo a Valterci Faria, Estati frisou que falava enquanto cidadão, e afirmou que, caso seja necessário, ele também fará a compra da medicação. “Se você precisar de novo e o município não te atender, pode ir no meu bar que nós vamos comprar o remédio pro seu pai”.

Mais tarde, na mesma sessão, Marcelo Ortega (PV) alegou que, ao contrário do que Rosângela afirmou, a Furp não seria responsável pela entrega dos medicamentos doxazosina e finasterida, já que eles não são fabricados pela fundação e não integram o Programa Dose Certa. “A obrigação é exclusiva do governo municipal, que falhou na entrega do remédio”.

OUTRO LADO – A Comarca tentou contato com a secretária de Saúde Vanda Nassif para se pronunciar sobre o caso, no entanto ela não foi encontrada. A Secretaria de Comunicação foi procurada, e afirmou que o medicamento pleiteado é de responsabilidade do Governo do Estado, cujo repasse continua atrasado.

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