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A Comarca25 de janeiro de 201615 min

População critica abandono de Centro Comunitário no Jardim Presidencial

Da Redação

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Zé Leite e a esposa Jô; casal pede para que Prefeitura dê uma utilização ao prédio

O flagrante abandono do antigo Centro Comunitário do Jardim Presidencial se tornou motivo de preocupação e críticas por parte dos moradores daquele bairro. O local, que já foi utilizado para festas, eventos e até ações sociais, hoje virou um cenário de mato alto, abandono e vandalismo, tirando o sossego da população.

Localizado na Rua Julio Batista, 41, o espaço que está abandonado desde 2014, quando foi requisitado pela Prefeitura de Avaré. Com portões e portas arrombadas, o local passou a ser ponto de encontro de vândalos e de usuários de drogas. Depredação, sujeira e até fezes de pássaros estão espalhados em todos os cômodos e, de acordo com moradores, a situação oferece riscos tanto à saúde quanto à segurança.

De acordo com informações de José Leite, que presidiu o centro entre 2011 e 2014, o prédio era muito utilizado pela população do bairro e adjacências. “Aqui já foram realizados casamentos, festas, batizados, aniversários. Toda semana havia um cuidado especial para não deixar o mato crescer. Também fizemos o plantio de mudas, tudo para deixar o Centro mais bonito e mais acolhedor”.

TRISTEZA – Ainda de acordo com Zé Leite, a própria existência do Centro foi uma luta de toda a população do bairro. “Aqui foi um trabalho de formiguinha. Cada um doava uma coisa. O barracão estava cru, e aos poucos fomos melhorando. Os pisos, por exemplo, foram doados pela Indústria de Pisos Avaré. Fomos fazendo de tudo para melhorar a estrutura, deixar o salão melhor. E agora ver esse local nesta situação, é muito triste”.

O morador ainda revela que o espaço também abrigava importantes ações sociais, realizadas por ele e pela esposa Geocina Lima, conhecida como “Jô”, no bairro, a festa da páscoa e o Dia das Crianças.

“Faz mais de 30 anos que a gente se dedica a esse tipo de ação. Mas primeiro a gente fazia na rua, até que deram a idéia de recuperar o Centro Comunitário. Foi nessa época que participei da eleição e me tornei presidente. Junto com muita gente que fez doações, nós então passamos a realizar essas festas aqui. Mas agora voltamos a fazer na rua, pois não tem como utilizar o espaço”.

QUESTIONAMENTO – O morador também destacou que, devido a escola municipal do bairro não possuir quadra coberta, o Centro era utilizado até mesmo para atividades das crianças. “Agora não tem mais nada. Nem tem como, pois está inteiro degradado”.

Ainda de acordo com Leite, moradores do bairro ainda o procuram para indagar sobre o abandono do espaço. “As pessoas não sabem que agora o Centro Comunitário é de responsabilidade da Prefeitura. Ficam perguntando pra mim por que está desse jeito, o que eu vou fazer para mudar a situação. Mas não tem o que eu responder, pois já entreguei as chaves desse barracão há muito tempo”.

ENTREGA DO CENTRO – A entrega oficial do Centro Comunitário à Prefeitura ocorreu no dia 15 de março de 2014, durante uma edição do programa Prefeitura em Ação, um dos últimos eventos realizados no espaço.

No encontro, que contou com a presença de muitos moradores, tanto do Presidencial, quanto do Duilio Gambini, Santa Mônica e adjacências, o prefeito Poio Novaes recebeu as chaves das mãos de José Leite, e ainda falou sobre os benefícios que a unidade do Cras, que deveria ser instalada no espaço, traria à população.

De acordo com o que foi dito na ocasião, o local ofereceria cursos profissionalizantes, orientação socioeducativa, atividades voltadas para grupos específicos (grupo de idosos, gestantes, jovens), entre outros benefícios. No entanto, passados quase dois anos, nada foi feito.

Para Jô, a situação é um descaso. “Eles vieram aqui, falaram um monte de coisa. Todo mundo ficou animado, afinal, seriam instalados vários serviços, que beneficiaram a população. Mas agora está assim, é muito triste, não dá pra entender porque pediram o prédio e depois abandonaram”.

COBRANÇA – A solução do problema já foi cobrada inúmeras vezes, não apenas por José Leite e sua esposa, mas também por vereadores. Em fevereiro de 2015, por exemplo, o vereador Roberto Araújo questionou o prefeito sobre o abandono do espaço. No entanto, em resposta, enviada no dia 9 de fevereiro daquele ano, Poio Novaes disse que “a situação de abandono é exagero. Estão sendo encaminhados estudos para utilização daquele espaço para sediar um Cras e isto deve ocorrer ainda este ano (2015)”.

OUTRO LADO – A Prefeitura foi questionada sobre o abandono do local, bem como quando o espaço deve receber limpeza e ser utilizado. Em nota, a Prefeitura diz ainda que “o prédio passará por reforma e o projeto já está em trâmite entre as secretarias de  Planejamento e Assistência Social. O projeto passou por adaptações a fim de ter seu custo reduzido e ganhar agilidade na execução da reforma necessária. A previsão é que a obra ocorra ainda neste primeiro semestre. Embora o prédio esteja fechado, o atendimento à população do bairro e do entorno ocorre na sede da pasta, além de reuniões do Bolsa Família e Renda Cidadã que ocorrem na Unidade de Saúde da Família do bairro”. Porém, não existe nenhuma data prevista para inicio das reformas, nem para que o local comece a ser utilizado.

Confira na fotos como se encontra o Centro Comunitário

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