CulturaPolíticaPreservação do patrimônio cultural não é prioridade dos candidatos a prefeito em Avaré

Denílson, Cristina Chaddad e professor Sebastião nada falam do tema em seus planos de governo
A Comarca27 de outubro de 20206 min
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Confirmando que cultura ou questões relacionadas ao setor continuam não sendo consideradas prioritárias neste país, uma prova disso pode ser extraída dos planos de governo dos seis candidatos à Prefeitura de Avaré, todos disponíveis para os eleitores conferirem no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esta semana a questão da preservação do patrimônio cultural da cidade veio à tona com a demolição do histórico prédio que serviu de sede para a CPFL-Santa Cruz, na Rua Santa Catarina, cujas paredes vieram abaixo para dar lugar a uma garagem de caminhões. Essa centenária construção, entretanto, jamais foi indicada para tombamento histórico, o que vem sendo esquecido, aliás, por sucessivas administrações municipais.

Em consultas feitas pela reportagem da Comarca nos programas ou planos governamentais dos seis postulantes majoritários, nada específico sobre preservação de bens culturais consta no que foi apresentado pelos candidatos Denílson Ziroldo (coligação “Todos por Avaré”, do PSD-PDT-PV-Avante-Republicanos-Cidadania-Democratas-Solidariedade-Patriota), Cristina Chaddad (PSDB) e Sebastião Severino Netto (PT), cujo candidato a vice, Antônio Marcos de Campos, foi secretário da Cultura.

Por sua vez, a candidata do Podemos, Tereza Fonseca, no item cultura, esportes e lazer, de seu plano, apenas genericamente menciona “recuperação de equipamentos culturais e a recuperação de bens tombados”.

Já no programa da coligação “Muda Avaré 2020” (PSL-PRTB-PSC), o candidato bombeiro Monteiro também afirma genericamente que irá “zelar pelo patrimônio cultural material e imaterial do município”, garante que haverá investimento e modernização do “Centro Cultural Djanira Mota” e “resgate do Museu Saldanha Marinho”. No entanto, desatualizado, ele erra tanto no nome do Centro Avareense de Integração Cultural (que sedia o Memorial Djanira) como no do Museu Municipal Anita Ferreira De Maria, nome adotado há 25 anos.

Candidato à reeleição pela coligação “Avaré não pode parar” (PTB-PSB-MDB-PL), o prefeito Jô Silvestre declara que pretende “ingressar com o tombamento de prédios que contam e revelam estilos de época da cidade”. Porém, no mandato atual ele não decretou o tombamento de nenhum edifício histórico, enquanto permanecem sem conservação os prédios do Fórum velho, da antiga estação ferroviária e do antigo aeroporto, todos tombados tanto pelo Condephaat como pelo Condephac, respectivamente conselhos do estado e do município, mas sem qualquer poder para investir na devida conservação desses bens.

Adeus ao prédio da CPFL – Santa Cruz

Edifício centenário erguido na Rua Santa Catarina, no quarteirão entre a Rua Pará e a Avenida Major Rangel, nele funcionava parte da área administrativa da CPFL – Santa Cruz, a concessionária de energia elétrica que atende Avaré.

Construído em fins dos anos 1910 o prédio que pertenceu à Empresa de Eletricidade Avaré S/A passou para a Companhia Luz e Força Santa Cruz em 1951, empresa adquirida em 2007 pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

O imóvel, que não era tombado pelo patrimônio histórico municipal, foi demolido na semana passada para dar lugar a uma garagem de caminhões. O ato passou despercebido na Câmara de Vereadores, onde ninguém nada comentou. Muito menos foi assunto de programas eleitorais dos atuais candidatos ao executivo e ao legislativo

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