AcontecendoFamiliares culpam Pronto Socorro de Avaré por morte de criança

A Comarca8 de julho de 20148 min

Familiares culpam Pronto Socorro de Avaré por morte de criança

Para os pais, falecimento da filha ocorreu por “negligência”; menina tinha sintomas de gripe e dor de ouvido

Da Redação

Valdir e Simone mostram a certidão de óbito da filha; ambos acusam o Pronto Socorro de Avaré de negligência
Valdir e Simone mostram a certidão de óbito da filha; ambos acusam o Pronto Socorro de Avaré de negligência

Os pais da garota Rayane Vitória Amâncio dos Santos, de 2 anos, que faleceu no último domingo, 29 de junho, acusam o Pronto Socorro de Avaré (PS) de negligência, o que teria causado a morte da filha.

Segundo Simone Aparecida Chagas e Valdir Amâncio dos Santos, moradores do Jardim Tropical, por volta do meio-dia de sábado, 28 de junho, eles levaram a menina até o PS com sintomas de gripe e dor de ouvido.

A garota foi medicada e dispensada. Como não houve melhora em seu quadro, os pais voltaram à unidade de saúde por volta das 20 horas, quando o médico plantonista prescreveu inalação e uma medicação injetável.

De acordo com o pai de Rayane, após terminar a inalação, a menina ficou desacordada, mas mesmo assim foi dispensada. Indignado com a situação, Valdir chamou as enfermeiras, que tentaram reanimar a menina, porém sem sucesso. “Chegaram a dizer que ela poderia estar com uma reação por causa de um medicamento chamado Berotec”, disse Valdir em entrevista à Comarca.

O pai da criança disse ainda que durante o atendimento, um profissional do Pronto Socorro fez um exame de glicemia em Rayane afirmando que ela estaria com “300 de diabetes”.

Segundo os pais, a menina ficou em observação no PS e só foi atendida por um pediatra às 7 horas da manhã de domingo, 29. “Eu pedi para que minha filha fosse transferida e então eles (equipe do Pronto Socorro) começaram a procurar vagas. Ligaram para São Paulo, Botucatu e Bauru. Mas só conseguiram vaga em Bauru, quando era mais ou menos 14 horas”, disse Valdir.

A mãe da criança explicou ainda que, para possibilitar o transporte de Rayane, foi preciso intubá-la. “Chegaram a arrancar um dente da minha filha durante o procedimento. Minha filha chegou viva no Pronto Socorro, não foi atendida direito e morreu”, acusa Simone, ainda muito abalada com a perda da filha caçula.

Ao chegar em Bauru, a criança sofreu duas paradas cardíacas e não foi possível reanimá-la. De acordo com o atestado de óbito, a morte foi causada por uma insuficiência respiratória aguda devido a uma pneumonia.

No entanto, o pai rebate o laudo. Segundo Valdir, ainda no PS de Avaré foram tirados raios-X e o médico de plantão afirmou que Rayane não apresentava nada nos pulmões. “No Boletim de Ocorrência que fizemos consta ‘morte suspeita’. O velório de nossa filha foi interrompido para que pudessem fazer o exame do Instituto Médico Legal (IML) para encontrar a causa da morte”, diz.

Para os pais, se a menina tivesse sido medicada corretamente no sábado, talvez o caso pudesse ter um desfecho diferente. “Agora eles alegam um monte de coisa, chegaram a dizer para nós que a Rayane morreu porque já tinha outros problemas de saúde. Mas isso é mentira, ela fazia acompanhamento médico e a única coisa é que ela ainda não falava e não andava muito bem para uma criança de dois anos. Mas era cheia de saúde. Estou inconformada e quero justiça para que outras crianças não morram. Não quero que nenhuma mãe sofra tudo que estou sofrendo”, finaliza Simone.

OUTRO LADO – A reportagem procurou a responsável pela Gamp, empresa que faz a gestão do Pronto Socorro em Avaré, Marluce Ferreira, para comentar o caso. A representante, no entanto, disse que não tinha informações sobre o caso e, mesmo que tivesse, não falaria com o jornal.
Conforme a orientação da representante, a Comarca entrou em contato com a assessoria de imprensa da Gamp. Até o fechamento desta edição, no entanto, as ligações telefônicas efetuadas pela reportagem não foram atendidas.

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